sexta-feira, 14 de março de 2014

PROMOÇÃO: Juan Sebástian, O Caçador de Mitos - A Garota Da Matilha




De 14 a 21 de Março a versão impressa do meu movo livro estará em promoção: de R$ 29,90 por R$ 24,52

Link: http://www.clubedeautores.com.br/book/159832--Juan_Sebastian__O_Cacador_de_Mitos#.UyM2Lz_MS_h

Sinopse


Uma série de relatos tem causado histeria entre os moradores de uma pequena cidade do interior de Goiás. Os sussurros iniciais que insinuavam um lobisomem logo ganharam maior fôlego. O famoso investigador de casos paranormais – Juan Sebástian – foi chamado. Entretanto, o caso irá, aos poucos, revelar-se muito mais sangrento e aterrador do que ele sequer poderia imaginar.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Resenha: Enquanto a Noite Durar – Editora Aped


Enquanto a Noite Durar é uma coletânea de contos sobrenaturais da Editora Aped. Nela se reúnem diversos escritores nacionais que demonstram imenso talento.
O livro muito me surpreendeu pela qualidade tanto gráfica quanto dos textos. Sempre que me deparo com coletâneas é comum haver bastante discrepância no nível das obras das quais muitas delas não possuem sequer qualidade literária. Mas não é o caso aqui. Todos os contos são de bom nível, cada qual com a sua pitada de mistério, de confrontos familiares e sociais; um terror que salta de cada página para causar perturbação e ponderações em nossa mente. Para que buscar livros traduzidos se nossa literatura não fica nem um pouco para trás? E vou além: temos o privilégio de ler enredos em nossa cultura, com nossa visão de mundo.
Ressalto que muitos dos contos vão de encontro às minhas crenças, porém, limito-me a analisar cada obra artisticamente sem confrontar-me com conceitos e preceitos religiosos. Vamos a eles:

A Sina de Elena – Rafael de Souza
Após uma conturbada noite, uma jovem descobre que os seus piores pesadelos podem ser muito reais. Conto muito bom, com um final surpreendente.

Antes Que a Noite Termine – Márcia Albuq
Médica psiquiatra se deparará com um caso que transcende as leis da física e da espiritualidade tais quais as conhecemos. Como um dia escreveu William Shakespeare em Hamlet: “Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que possa imaginar a nossa pobre filosofia.” Gostei do conto.

As Luzes Se Apagam – Rogério Queiroz
O protagonista deste conto deparar-se-á com um monstro oculto. O autor nos adverte que em nosso mundo há muitos “lobos em peles de cordeiros”. Muito legal. Apesar da simplicidade, o terror se desenvolve na dose certa.

Coelhinho Tolinho – Ren Denville
Mulher tem desejos incomuns. Tão excêntricos quanto à imagem que seu vizinho lhe revela. A poética deste texto me fez imaginar em dezenas de metáforas que giram em torno dos seres usados nesta narrativa. Conto incrível.

Dentro da Tempestade – Daniel Barros
Escritor tem uma noite tão assombrosa quanto os seus possíveis enredos. Faço aqui a dedução que o personagem é um autor brilhante e versátil mediante ao desfecho incrível. Excelente conto, recheado de mistério, erotismo e, obviamente, muito terror.

Doces Sonhos – G. C Tezza
Um garoto mergulha em uma trama perturbadora e complexa onde poderá encontrar sua própria história. Muito legal.

E Assim Dizia a Carta – Marcio Milton de Souza
Homem com problemas financeiros aceita participar de um jogo mais macabro do que poderia imaginar. Gostei.

Ecos Dissonantes – Pedro Shyneider de Oliveira Alves
Texto com o intuito de causar perturbação extrema. E o autor soube bem fazer isso.

Eternos Namorados – Michele Mourão
Uma estória de amor possessivo e doentio que ultrapassa as barreiras do mundo físico. Um conto realmente apavorante.

Flor do Inferno – Adriano Siqueira Ramalho Portela
A jovem Flor quer arrumar um marido. Embora fosse dona de uma admirável beleza, ela causa receio aos homens. O que acontece com Flor? Conto magnífico e divertidíssimo. Gosto muito de narrativas folclóricas.

Jin Ho e o Monstro – Satoru Hama
O solteirão Jin Ho se sente muito mal por ainda morar com os pais, uma vez que seus irmãos já são todos casados. Sempre problemático, aproveita-se de uma viagem dos pais para conseguir uma companheira pouco convencional, motivado pela solidão constante e os paradoxos da tecnologia. Conto interessante.

*Kasa-Okabe – Eliane Verica
Ladrão invade uma casa abandonada e descobre um terrível segredo. Um conto onde a constante tensão tem seu ápice no final assustador. Bom.

Marcado Entre as Sombras e o Espírito – Rogério H.P Pontenegro
Rapaz problemático retorna da capital para morar com os pais no interior; lá faz novos amigos, e juntos viverão uma macabra aventura. O conto trás alguns pontos importantes, como o pressentimento dos pais que muitas vezes parece saber quando algo vai acontecer à sua prole e o perigo de se cultivar amizades destrutivas.

Noite Inquietante – Edinaldo Garcia
Abster-me-ei de comentar o meu próprio conto.

O Aborto do Diabo – Majola
Após fazer um aborto, jovem tenta levar uma vida normal. Mas os fantasmas do passado sempre retornam, não importa quanto tempo isso leve. Bom conto. Tenso do início ao fim.

O Bicho-Papão – Felipe T.S
Quem nunca ficou aterrorizado, quando criança, ao ver um filme de terror? O garoto Fernandinho irá viver uma noite assustadora. Conto incrível, bem trabalhado. Gostei muito.

O Casarão – Roberta Del Carlo
Mulher recém-divorciada viverá experiência extraordinária. Um enredo muito interessante.

O Cético – Thiago Tavares
Rapaz humilha uma velha senhora que deposita despacho na encruzilhada. Um conto com uma abordagem diferente, uma nova ótica de terror.

O Cheiro da Morte – Kamilla Soares
Uma discussão entre marido e mulher acaba em tragédia. O mais assustador, entretanto, é o peso que a morte traz ao delinquente. Excelente conto. Aterrorizante.

O Colecionador de Crânios – Carta Witch Princess
Mulher é atacada em sua própria casa por uma horrenda criatura. Conto muito legal que mistura elementos de horror com ficção científica.

O Despertar – Kátia Navarro Alvarez
Um vampiro é acordado de um estranho sonho. Um texto que parece pertencer a uma trama maior.

O Melhor Tempero Para o Final da Noite – Tayse Virgulino Ribeiro
Três sonhadores amigos se juntam para criar enredos e acabam por promover um debate um tanto quanto metafórico. Bom conto.

Os Observadores – Jowilton Amaral da Costa
Homem dirige o seu carro por ruas escuras até se deparar com o que parece ser um terrível acidente. Quando duas sinistras figuras vêm ter com ele, o homem acaba fazendo uma viagem que jamais poderia imaginar sequer em seus piores pesadelos ou por sua criativa mente de escritor. Conto excepcional. O autor demonstra incrível desenvoltura e domínio do gênero.

R.I.P – Thiago Lucarini
Família que faz uma viagem de férias se vê em um enredo aterrador. Conto incrível. O autor nos leva para uma narrativa rica em tensão e elementos fantásticos.

Sussurros – Thiago Assoni
Uma jovem caminha, em companhia de um ser bastante popular, por lugares que, acredite, você nunca desejará estar. Conto interessante.

...Tenho Sede – Angie Stanley
Uma vingança surpreendente. Quando a justiça não se mostra igual para todos, sujar as mãos é a única solução. Um terror trabalhado em diversas facetas; assassinos e assombrações mesclam-se neste excelente conto.

Um Longo Caminho Para Casa – Janaina Blanc
Médica recém-formada decide abandonar a pessoa amada e voltar para casa dos pais. Durante a viagem ela passa por uma experiência assombrosa que mudará sua forma de ver a vida. Conto muito bom, com moldes de lenda urbana.

Uma Casa no Meio do Nada – Jota Cabral
Um casal encontra abrigo num casarão durante uma forte tempestade. Mas o lugar esconde segredos muito antigos. Bom conto.

Vermelho Sombrio – Fabrício Rufino
O autor leva o seu personagem – Alan –, e também nós leitores para uma verdadeira viagem além da imaginação e ordem natural das coisas. Conto deveras interessante.


Certa vez, uma amiga me disse que contos de terror são muito mais apavorantes do que filmes, porque no filme você está vendo o que está acontecendo; a criatura está lá, diante dos seus olhos; mas num conto de terror as imagens são projetadas em sua mente de acordo com os seus maiores medos; aqueles medos que só você sabe que possui, algo próprio, intrínseco, aquilo que está preso em seu mundo.
Desafio-o, portanto, a ler este livro e não se surpreender com cada texto, cada página, parágrafo. Será uma leitura única, divertida, porém assustadora. 


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Juan Sebástian, O Caçador de Mitos: A Garota Da Matilha



Meu novo livro
Comentem na Amazon
https://www.amazon.com.br/dp/B00ILBCW3I

Versão impressa
https://clubedeautores.com.br/book/159832--Juan_Sebastian__O_Cacador_de_Mitos#.UwjGJ-PMS_h

Juan Sebástian, O Caçador de Mitos: A Garota Da Matilha


Uma série de relatos tem causado histeria entre os moradores de uma pequena cidade do interior de Goiás. Os sussurros iniciais que insinuavam um lobisomem logo ganharam maior fôlego. O famoso investigador de casos paranormais – Juan Sebástian – foi chamado. Entretanto, o caso irá, aos poucos, revelar-se muito mais sangrento e aterrador do que ele sequer poderia imaginar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

João Sem Compreensão (CONTO)

A revisão de texto consiste em correções ortográficas e gramaticais, obviamente, atento às constantes mudanças gramaticais. Faço revisão gramatical e de estilo. Quem se interessar me contate por e-mail: edinaldogarcia@outlook.com


João Sem Compreensão
Edinaldo Garcia
Conto


Esta história até parece mais um desses contos recheados de bordões. Começando pelo nome do nosso protagonista: João. Joãozinho era um garoto comum, exceto pelo fato de sempre fazer confusão com a língua portuguesa.
Certo dia, quando voltou da escola, ele entrou na cozinha enquanto sua mãe preparava o almoço. Eufórico como sempre, chamou Dona Jurema para lhe dar uma informação:
– Mãe, um coleguinha da escola disse que o pai dele trabalha como engenheiro de software.
– Que bom, meu filho – exclamou a mulher, ainda enxugando as mãos no avental amarelado. – Ele trabalha com informática.
– Acho que não, pois o Rubinho me disse que quem trabalha com isso faz programa.
– Você realmente não tem jeito, hem menino! Nunca entende nada. Ontem mesmo eu lhe pedi que me trouxesse água sanitária e você foi buscar água na privada.
– Ué, achei que água sanitária vinha do vaso sanitário.
Ah, credo!
De fato, não havia interjeição que desse jeito e que explicasse os equívocos do menino.
Apressadamente, ele atravessou a cozinha, rumando para o armário e lançando um olhar pidão para a mãe.
– Tem alguma coisa para comer?
– Tem pé de moleque na lata, em cima do armário.
– O pé de quem a senhora cortou?
Muito diferente do que aparenta ser, Joãozinho não fazia por mal. Ele realmente não compreendia as confusas expressões de nossa língua, isto é, confusas para ele. Nada entrava naquela cabecinha dura. Palavras homônimas e parônimas, nem se fala. O melhor a se fazer é não entrarmos nestes assuntos.
A tarde correu naturalmente, com as rotineiras traquinagens de comum menino de onze anos que ainda gostava das antigas brincadeiras que já estão se tornando extintas na geração da globalização acelerada, dos computadores, dos vídeo games super desenvolvidos e dos celulares que a passos longos de girafa vêm roubando os momentos únicos que apenas se vive na infância. Ele jogou bola, pulou corda, brincou de pega-pega e de esconde-esconde até ficar exausto. Jantou e recolheu-se em seu leito a fim de esperar o novo dia.

O sol ainda mantinha-se escondido, obstruído pelos altos prédios da cidade. Viam-se alguns poucos raios amarelo-avermelhados que tingiam o céu como um quadro de belas, porém, displicentes pinceladas.
Nosso embananado herói atravessou o portão da escola, de uniforme devidamente trajado e com a velha e encardida mochilinha nas costas. Felizmente ainda não havia batido o sinal, e todos os alunos ainda estavam no pátio. Uns conversando e outros, geralmente os mais pequeninos, correndo em completa desordem: Aquele característico ambiente alegre pré-aula.
A menininha de rotineiro olhar pueril, mas que tinha agora uma expressão zangada, aproximava-se de Joãozinho. Era Francisquinha, uma grande amiga. Achegou-se rapidamente e pôs-se a repreendê-lo sem qualquer saudação:
– Joãozinho, por que você estava dizendo que tinha penas no meu violão. Eu fui lá ver e não havia nada em cima dele.
– Mas foi você mesma quem disse, Francisquinha, que ele estava empenado. Fiquei com tanta pena de você, pois sei o quanto gosta daquele instrumento.
vendo? É por essas e outras que a Marieta não o convida para a festa dela. – A menina ralhou, irritada com as bagunças linguísticas do outro.
A cabecinha do garoto se embaralhou novamente. Ele arregalou os olhos e prosseguiu:
– Ela não está morrendo?
– Está doente, mas isso não quer dizer que esteja morrendo. – Desta vez ela foi paciente.
– Então! Disseram que não vão comemorar o aniversário dela agora em Setembro.
Nesse momento, quem ficou confusa foi Francisquinha, afinal de contas, a amiga não estava tão enferma assim.
– Por quê? – quis saber instantaneamente.
Joãozinho, no alto de sua inocência, respondeu sem fazer ponderações, expondo todos os seus pensamentos desordenados em ralação à língua portuguesa:
– Porque ela nasceu em Maio.
Diante do absurdo que acabara de ouvir, a menina apenas sorriu de alívio por sua amiga não se encontrar no alarmante estado em que fora informada pelo atabalhoado garoto.
– Mesmo assim, bem que a gente poderia fazer uma domingueira na minha casa nesta sexta-feira. O que você acha? – Joãozinho prosseguiu.
– Acho que não dá para fazer domingueira na sexta.
Para sorte de Francisquinha, outra amiga se aproximava, Patrícia, que agora era vista como sua salvadora. Não que não gostasse de Joãozinho, às vezes era muito divertido dialogar com ele, outras, entretanto, tirava a paciência de qualquer bom samaritano.
– Pessoal, vocês estudaram para a prova? – Patrícia já chegou falando.
– Estudei muito. Preciso recuperar minhas notas que caíram. – Francisquinha respondeu.
– Caíram aonde? Pegue-as de volta. – Lá foi ele fazer das suas novamente.
– Você é muito chato, Joãozinho. – As amigas repreenderam em uníssono.
Francisquinha, voltando-se agora para a amiga, continuou com a conversa:
– E você, Patrícia, estudou?
– Eu vou colar daquele menino que senta na minha frente. Ele é muito inteligente.
– O Mário? – espantou-se Francisquinha ante o mau exemplo revelado pela colega.
– Qual Mário? Ah! Já sei. É aquele que vem antes de você na lista de chamada, não é Patrícia? – Joãozinho interferiu.
– Não. Porque quem vem antes de mim é o Osvaldo, e antes do Osvaldo é a Nayane.
– Ué, por quê? – Dessa vez, o menino resolveu perguntar antes de dizer besteira.
– Porque a lista de chamada, Joãozinho, é feita em ordem alfabética. Não ligue, Patrícia, ele é maluco mesmo.
– Então deveria ser você mesma, Patrícia. A professora não disse que M vem antes de P e B.

Esta narração ainda poderia se estender por várias e várias horas, por centenas de linhas e parágrafos que revelariam diferentes peripécias, pois Joãozinho sempre está cometendo terríveis enganos. Quem sabe um dia ele possa estudar mais e assim compreender melhor a nossa língua, que de tão bela e rica acabou se transformando em um monstro para muita gente.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Miniconto: Ruídos no Sótão


Fonta da imagem: http://www.alemdaimaginacao.com/Relatos%201P/casa_assinbrada_do_vale.jpg

Edinaldo Garcia

Foi com passadas vagarosas que o miúdo garoto subiu as escadas do orfanato em direção ao sótão. O terror dominava todo seu corpo ao mesmo tempo em que ia se aproximando daqueles gemidos assustadores.
Relatos de assombrações ali eram constantes. Apesar de Juanito jamais ter tido alguma experiência sobrenatural, as histórias que trafegavam pelas bocas de internos e tutores eram de que as vítimas de mortes violentas permaneciam presas a este mundo.
Muitos escravos morreram naquele casarão centenário. Era, por isso, o ambiente perfeito para causos misteriosos.

Os plangentes ruídos tornavam-se mais fortes e roucos. O medo já se instalara em seu frágil coração pueril, dominando sua alma e aprisionando seu corpo. Os degraus rangiam tal qual a tampa do alçapão abrindo-se. Foi assim, com grande espanto, ao adentrar no apertado cômodo, que o menino deparou-se com o faxineiro Osvaldo deitado sobre o forrado chão, dormindo e roncando aos solavancos. 

sábado, 28 de setembro de 2013

Antologia Conte Uma Canção


Coletânea de contos "Conte Uma Canção", da Editora Multifoco e com organização de Frodo Oliveira e Heloisa Johansson. Tem previsão de lançamento em Outubro. Participo com o conto "Terra de Gigantes".

"Aquela oração ainda não fazia sentido: Hey mãe, eu tenho uma guitarra elétrica. Tudo era uma confusão descomunal para os imaturos e sonhadores jovens. Afinal, quando se tem uma mãe não rockeira – o que é perfeitamente normal –, a última coisa que lhe vem à cabeça é mostrar a ela o seu talento. O mundo passaria sim a ser uma ilha; milhas e milhas de qualquer lugar." Trecho do conto.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Sorria, Você Está no Mundo Real


Vivemos em um mundo de constante aceleração. Estamos dando passos exorbitantes no mundo de fora; mantemos contato com pessoas que mal conhecemos, ao passo que mal falamos com quem está do nosso lado; somos estimulados por incrível tecnologia de som, imagem e comunicação. Estamos cada vez mais conectados.
Sem dúvida que a tecnologia representa um significativo aumento em nossa qualidade de vida, facilitando muitas tarefas que até bem pouco tempo eram cansativas e demoradas. Lembro-me da minha infância, por exemplo, quando tinha que ir à biblioteca fazer uma pesquisa para a escola; passava a tarde toda afundado em livros e escrevendo – não digitando – cada trecho relevante. Hoje, contudo, tenho em casa uma vasta biblioteca com um simples clic no Google.
Por outro lado, precisamos nos policiar a respeito da quantidade de horas que passamos em frente aos computadores ou mesmo, mergulhados em aparelhos celulares com acesso à internet. Ressalto que não escrevo aqui um artigo sério, com pretensões maiores, mas sim um texto informal, no qual quero dialogar com você, leitor, acerca dos caminhos que estamos seguindo. Tenho percebido que as pessoas estão perdendo o gosto pelo contato físico (a não ser por depravações devido à banalização do sexo) e pelas simples conversas despreocupadas. Afinal, o mundo virtual, com seus inúmeros vídeos engraçados e suas informações praticamente instantâneas, parece mais emocionante.
Entretanto, tire algumas horas do seu dia para olhar o que está à sua volta, dê atenção às pessoas que o rodeiam. Sorria espontaneamente de coisas pequenas e simples. Em vez de postar no facebook o quanto você adora tal amigo(a), diga a ele/ela pessoalmente quando puder, fale todos os dias para sua mãe – que é a pessoa que mais o ama neste mundo – o quanto você a ama. Se não mora com sua mãe, diga para quem o criou e que lhe tem com imenso carinho. Como nos ensinou William Shakespeare: “[...] as pessoas com quem você mais se importa são tomadas de você muito depressa. Por isso sempre devemos deixar quem amamos com palavras amorosas, pois pode ser a última vez que as vejamos”.
Não caia nas armadilhas impostas pelo sistema de alienação. Leia livros (jamais abandone a Bíblia); faça bons passeios a pé; vá pedalar; desenhar (garranchos que seja); nunca perca a oportunidade de fazer uma criança sorrir; e o mais importante: não estresse sua mente desnecessariamente. Cuidado com o que Augusto Cury chama de SPA (Síndrome do Pensamento Acelerado), não encha sua mente com besteiras e banalidades. Segundo o próprio autor – descobridor da síndrome –, hoje uma criança de sete anos de idade possui mais informações do que o imperador Romano no auge do império, todavia, tais informações são desfragmentadas, não elaboradas, que estressam o cérebro e não são transformadas em sabedoria.

Carregue, portanto, em sua essência só aquilo que é verdadeiramente importante. Semeie o amor, o perdão e a alegria. Sorria, você está no mundo real.